sábado, 12 de junho de 2010

Apoio à preservação do Vale Agrícola do Coronado no IV encontro da Convergir
As associações signatárias, reunidas no âmbito do IV Encontro da Plataforma Interassociativa Convergir, realizado na Trofa em 29 de Maio de 2010, afirmam ou reafirmam o seu apoio à preservação do Vale do Coronado e dos seus solos agrícolas de qualidade invulgar, tal como formulado no texto abaixo. Em vez da sua destruição, propõe a aposta num desenvolvimento alternativo, de base local, não destrutivo, que reafirme os valores da biodiversidade, assente nos valores do mundo rural em harmonia e cooperação com o mundo urbano, verdadeiros fundamentos em que deve assentar a modernidade e a inovação capaz de garantir a sustentabilidade.
ADAPTA - Associação para a Defesa do Ambiente e do Património da Região da Trofa
APVC - Associação para a Protecção do Vale do Coronado
CAMPO ABERTO - Associação de Defesa do Ambiente
FAPAS - Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens
Movimento Bom Sucesso Vivo
Quercus
Terra Viva
A Mó - Associação do Vale do Neiva
APRIL
Onda Verde - Associação Juvenil de Ambiente e Aventura
Academia de Estudos Laicos e Republicanos
Eco-Clube do Dão

Qualquer associação, instituição, grupo ou movimento que queira subscrever o comunicado poderá fazê-lo através dos seguintes endereços electrónicos:







Em defesa do Vale Agrícola do Coronado  - Trofa
Em defesa de um desenvolvimento alternativo e não destrutivo.
A população da Trofa interroga-se: será ou não construída a plataforma logística desde há anos anunciada para o belo vale agrícola do Coronado?

De acordo com notícias recentemente veiculadas pela imprensa, o Ministro das Obras Públicas teria anunciado que tal não aconteceria enquanto os preços dos terrenos não viessem a descer para níveis mais baixos. Anunciou igualmente que não está prevista qualquer data para a construção.

Desde sempre que a ADAPTA e a APVC se opuseram a que a referida plataforma fosse construída no Vale do Coronado, embora não se oponham à sua construção noutro local do concelho onde não fossem provocados idênticos e elevados impactos negativos.

Regozijam-se por isso pelo facto de a destruição do Vale do Coronado não ser ainda um facto consumado, e estão decididas a continuar a propor a sua preservação definitiva como vale agrícola e ambientalmente equilibrado.

As signatárias reconhecem que é indispensável promover social e economicamente o concelho, em especial a população mais carenciada e em situação mais precária, ameaçada pelo desemprego ou já por ele atingida. A crise financeira e económica instalada desde há dois anos, porém, parece indicar que é tempo de deixar de esperar a solução com base em grandiosos projectos que se esfumam ou que, em vez da promessa anunciada, se transformam em pesadelos para a qualidade de vida das populações.

A construção da plataforma, a realizar-se na localização prevista, afectaria sem retorno a paisagem agradável e a biodiversidade existente no vale. Os seus solos férteis, de primeira qualidade, seriam destruídos, como seriam destruídos empregos produtivos numa agricultura que, ao contrário de outros locais do país, se encontra em plena laboração e sustenta várias famílias, a quem para cúmulo se pressiona para que baixem o preço dos terrenos.

A paisagem, os habitats, seriam fragmentados e retalhados, com as consequentes disfunções ecológicas. O ruído aumentaria. O enorme acréscimo de circulação de veículos pesados provocaria elevados níveis de poluição. Tudo isso seria causa de perturbações na saúde das populações e de danos nos edifícios e no ambiente.

A promessa de criação de postos de trabalho, por outro lado, corre o risco de não passar de uma miragem porque hoje, nesse tipo de empreendimentos, a robótica e a informática reduzem enormemente o emprego humano. Além disso, as empresas de logística já têm os seus quadros definidos e, em muitos casos, só terão que os deslocar, fazendo com que a mão de obra local utilizada seja pouco significativa.

Em contraste, é tempo de pôr mãos à obra e de incentivar um desenvolvimento local, com base nos recursos naturais e humanos locais e não na sua destruição, capaz de promover actividades de pequena e média dimensão que empreguem duradouramente gente da terra e respondam aos seus reais problemas.

Apelamos por isso aos moradores do Vale do Coronado e de todo o concelho da Trofa, a todas as suas instituições e a todos os interessados na preservação destes solos de qualidade invulgar, para que apostem e trabalhem num desenvolvimento alternativo, não destrutivo, que reafirme os valores da biodiversidade, assente nos valores do mundo rural em harmonia e cooperação com o mundo urbano, já que são esses os verdadeiros fundamentos para um concelho da Trofa mais moderno e inovador.

Numa altura em que alguns concelhos reconhecem a necessidade de integrar no seu conceito de desenvolvimento o respeito e harmonia com as suas origens, promovendo a agricultura junto das populações, inclusive por meio de hortas comunitárias, o que é digno de aplauso, é alarmante que a grande «horta» do Vale do Coronado esteja ameaçada de destruição.

Apelamos por isso para que se faça dele uma das «bandeiras» da Área Metropolitana do Porto e inclusive se procure assegurar-lhe um estatuto de protecção que se mostre o mais adequado à sua salvaguarda.



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